terça-feira, 18 de outubro de 2011

Um discurso sobre Deus no auditório mais intelectualizado da cidade mais culta do mundo

Deus fez o mundo e tudo o que nele há.
Deus é o Senhor dos céus e da terra.
Deus não habita em templos construídos por seres humanos.
Deus não precisa de alguém que o ajude.
Deus dá a todos a vida, o fôlego e tudo o mais.
Deus criou a partir de um só homem todas as raças humanas para viverem na terra.
Deus definiu as etapas da história e as fronteiras dos países.
Deus fez tudo isso porque desejava ser procurado e achado, ainda que às apalpadelas.
Deus não está longe de ninguém.
Deus não tem nada a ver com os ídolos de ouro, prata ou pedra feitos pela arte e habilidade das pessoas. Ele nem sequer é parecido com tais objetos.
Deus ordena que todos os homens em todos os lugares se arrependam dos seus pecados.
Deus marcou em sua agenda uma data para julgar o mundo com justiça por meio do homem que ele designou e que já mostrou quem é ao ressuscitar Jesus.

Esse discurso de Paulo foi feito na colina do deus Áries (nome grego) ou Marte (nome latino), situada entre a Acrópole (a parte mais alta da cidade) e a Ágora (o mercado), na cidade de Atenas, a capital da Grécia e do helenismo, com 25 mil habitantes. O conselho da cidade (algo parecido com a Câmara Municipal) se reunia frequentemente naquele mesmo auditório. O convite para Paulo falar partiu de filósofos de duas escolas diferentes: os estoicos (discípulos de Zenão) e os epicureus (discípulos de Epicuro), que chamavam o apóstolo de “tagarela” e “pregador de coisas esquisitas” (At 17.20). Era uma elite complicada, pois os epicureus acreditavam que o prazer era o principal objetivo da vida e os estoicos entendiam que “os seres humanos devem ser livres das paixões, indiferentes à alegria ou ao sofrimento, aceitando calmamente todas as coisas como resultado da vontade divina”.

Atenas era famosa por ter sido, alguns anos antes, o centro das artes, da arquitetura, da política e da filosofia. Ali moraram Sólon (um dos sete sábios da Grécia), Platão (fundador da Academia) e Aristóteles (filósofo, educador e cientista).

O discurso de Paulo sobre Deus provocou a conversão de Dionísio, “o areopagita”, de Dâmaris, que provavelmente era uma mulher da alta sociedade, e de outras pessoas cujos nomes o historiador não cita (At 17.22-31).

Extraido da Revista Ultimato

Nenhum comentário:

Postar um comentário