sábado, 17 de outubro de 2009

É Rir Pra Não Chorar



“Cantar é também pensar”. Diferente do que rola por aí a fora. É claro que existem as exceções. Mas outro dia, o negócio foi muito cabuloso. O grupo de louvor começou a tocar e cantar: “incendeia Senhor a tua noiva, incendeia Senhor a tua Igreja...”. Em seguida cantaram a música “faz Chover”. Durante quase meia hora a mesma coisa: “faz chover, faz chover, faz chover...” Eu falei: agora vai sapecar tudo! Dito e feito. Adivinha qual a música? “Eu não preciso ser reconhecido por ninguém”. A mesma que diz: “tua fumaça me esconde”. Não tinha como não relacionar com o efeito da chuva no fogo do incendeia.

Poderia ser realmente cômico se o comportamento da thurma não fosse também um reflexo do que a gente ouve e canta. E o pior é que tem muita gente assim. Gente nem queimada ou incendiada pelo “incendeia” e nem lavada pela chuva do “faz chover”, mas sapecada.

Não quero polemizar. Licença poética à parte, mas acredito que da para sermos mais coerente no que cantamos. Fico pensando nos não crentes que vão aos nossos cultos. Nós criamos um linguajar que só a gente entende. E às vezes nem a gente entende. A maioria já ouviu a união feminina cantar: “Quando cheguei aqui meu Senhor já estava, no meio da igreja ele passeava, quando eu cheguei aqui meu Senhor já estava..” Daí vem um irmão com aquele solo: “mas contempla esse varão que chegou agora abre a boca irmão e dê um glória...”. É confusão na certa! Eis a questão, já estava ou chegou agora?

Já aconteceu comigo também, numa dessas, rolando o “louvorzão”, eu lá na frente, nos primeiros assentos, e a banda tocando... Sei que mandavam a gente fazer um monte de coisa. Pé pra cá, pé pra lá, vem pra cá, vai pra lá, correm pra esquerda, correm pra direita, fala pra quem ta perto de você... E eu lá, todo tímido, quando ouvi como que dizendo especificamente para mim: sai do chão, você é livre!! Todo mundo vibrava e aplaudia. Eu não tenho problema com o agito (até gosto), mas só que nem sempre a igreja está sentindo o que o dirigente de música está sentindo naquele momento.

Gente! Entenda uma coisa: não vamos transformar as pessoas por força, não é por chavões, mas pelo Espírito de Deus no nosso meio. Foi muito bom ouvir naquele dia que sou livre. Mas se de fato somos livres, porque cantar o que todo mundo ta cantando? porque nos obrigam a fazer as coisas que eles querem? Não podemos adorar a Deus, cantando sem ter que forçar o clima?

Eliseu de Lima
eliseudelima@hotmail.com

5 comentários:

  1. Opa Eliseu, penso da mesma forma, eu sou livre, e não preciso fazer o mesmo que os outros para mostar isso, a liberdade ainda nos parece um sonho distante, mas "eu tenho um sonho".

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  2. Oo Kleber, Martin Luther King também tinha um sonho srrsrsrsr

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  3. Sempre falei que gosto de suas ideias...realmente muito bom o texto,precisamos de jovens assim...um forte abraço!!!!!!

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  4. Gostei muito deste! Parabens. Muito bem dito.

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  5. Muito legal.
    Afinal, as músicas além de expressar adoração, devem explicitar de maneira objetiva as boas novas.

    O blog é show. Parabéns!

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